Como parte das comemorações (que não chegaram a empolgar na mídia) dos 40 anos da alunissagem do homem, o canal HBO levou ao ar - agora em Alta Definição - a sua série original DA TERRA À LUA, de 1998, em 12 episódios.
Nunca exultei com tal prodígio tecnológico, que reconheço. O belo documentário, com muitas imagens interessantes de arquivos e um tom de apologia, à la Band of Brothers, (ambos tiveram produção executiva de Tom Hanks) envelheceu muito bem.
Já o assunto parece hoje mais uma bobagem da guerra fria com os russos e briga de crianças competindo prá ver quem tem o pênis maior. Os EUA se sentiram desmoralizados quando a Rússia colocou Yuri Gagárin em órbita da terra. Kennedy, no ufanismo dos anos 60, anunciou que os americanos pousariam na Lua no fim da década, sem ter nenhuma idéia dos desafios tecnológicos que isto demandaria.
Algumas tragédias e astronautas mortos depois, no dia 20 de julho de 1969 Neil Armstrong e Edwin Aldrin fariam o seu passeio de 2 horas pela superfície lunar.
É concebível ainda ter as mesmas dúvidas do Senador Walter Mondale na década de 60. Como grande crítico do programa espacial (Mercury, Gemini e Apollo) ele se perguntava se não seria melhor direcionar a imensa dinheirama para programas sociais e de melhoramento do país.
Não resta dúvida que um programa deste porte traz grandes novidades científicas que podem resolver alguns aspectos da vida de todos, mas é provável que não tenha o tal do "custo benefício". Ou seja, não justifique os bilhões gastos nele.
Mas, o início dos anos 60 foram um período entre as guerras da Coréia e do Vietnam e a máquina de guerra (que é a mesma da corrida espacial) não poderia ficar sem os seus lucros fabulosos. E os políticos não poderiam ficar sem as suas milionárias doações. Penso que disto se aproveitou um ufanismo caipira da época prá justificar todo o projeto. Foi uma pena! Os EUA e o mundo poderiam ter feito uma opção pela guerra às desigualdades sociais. Os resultados teriam sido um mundo um pouco mais justo.